quinta-feira, 13 de maio de 2021

Libertar e preservar hoje para pescar amanhã - surfcasting

 À algum tempo que não escrevia umas linhas. O tempo até tem abundado de certa forma mas não as idas para esticar linhas.

Desde que foi possível novamente esticar linhas e lançar chumbo que não senti o peso da grade na verdadeira Ascensão da palavra. Pesqueiros novos, novas formas de olhar o mar e as praias, outras formas de entender a pesca e lidar com situações menos agradáveis. A impossibilidade de poder desfrutar da magia da pesca por imposição legal fez com que sentisse falta até do desafio de fazer uma montagem no breu da noite com vento e os dedos gelados!

Os exemplares que procurava não se fizeram notar, porém apareceram algumas surpresas como as fanecas que nunca tinha tirado ao surfcasting. Nas jornadas que fui a presença constante foi de juvenis bem gulosos, alguns até dentro das medidas legais de captura mas não dentro das minhas medidas para darem entrada na geleira. Como tal foram libertados. 

Uma bailinha que não resistiu a uma chucha de ganso. Mesmo embuchada teve direito à vida. Fio cortado o mais próximo da boca e voltou ao mar, o organismo e o tempo tratarão de o expelir


Quando vêem pelo beicinho a libertação é mais fácil e menos trabalhosa para o pescador


Peixes destes não têm justificação para não voltarem para o mar. Podem e devem atingir tamanhos bem mais generosos, com algo de jeito para comer e principalmente poderem fazer no mínimo uma desova e perpetuar a espécie para que haja o que pescar amanhã. Os stocks estão a diminuir de dia para dia, por várias razões não sendo o pescador lúdico/desportivo o maior causador, o que não deixa de ser mais um, e a bem da verdade , o mal maior praticado por uns não justifica que se faça parte dele apenas por ser menor. 

Lá ia mais um guloso no caminho de volta ao mar. Espero que tenha tempo e força para se tornar um belo "sargossauro" que faça a delícia de luta de qualquer pescador, e pelo meio que deixe a sua descendência 


O confinamento teve o seu lado positivo para os oceanos. O peixe teve direito a descanso, a desova do robalo foi certamente mais calma ainda que os profissionais não tenham parado, as pedras encheram de comida para os nossos peixinhos e têm saído bons exemplares de modo geral. Quanto a mim, só tenho dado com maternidades, dando alguma diversão e actividade às jornadas, mas como dou primazia à qualidade em vez de quantidade, venho de mãos a abanar mar de alma tranquila, e noites bem agitadas como tipicamente os pequenos nos sabem dar. 


 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Escapadinha pós laboral - Spinning

Cheguei a casa do trabalho, almocei e peguei no material. Já sabia de antemão que estava muito areado mas quase á 3 semanas sem molhar os pés, ou ia ou ia. O fim de semana não se mostra ser bom para lá ir.
Chegado ao pesqueiro por volta das 17h, levantou um vento parvo que não estava previsto. Vi logo que a jornada já não ia ser fácil, ainda assim não desisti.



Enquanto caminhava pelo areal fora deparo-me logo com o novo flagelo ambiental... Isto revolta-me a alma. 


No pesqueiro escolhido, as águas estavam bem abertas e mexidas. Era possível observar os cardumes de tainhas a surfar por entre as ondas. Quem sabe se no meio delas não andaria um guloso á caça... Lançamento após lançamento, as expectativas iam ficando frustradas á medida que o vento puxava fio e amostra atrás. Não facilitava nada. Fui trocando de amostra, prospectando de pedra em pedra mas sem sinal de actividade. O sol ia-se recolhendo aos poucos á medida que a maré subia.


Com o vento a não dar tréguas, e com intenções de jantar em casa com a família, dei por terminada a jornada lançando e recolhendo no caminho de volta, ao mesmo tempo que apreciava o dourado do céu azul a contrastar na superfície daquele mar que tanto adoro.



A saga das grades continua, mas esse vicio que me purga a alma sempre que me fundo com a paisagem na busca incessante de um peixinho fresco após uma boa luta ninguém me tira.

Cana: Vega black mamba 3m 20-60grs
Carreto: Daiwa freams 5000 LT
Fio: Trabucco Dyna Tex 8x 0.20 c/chicote Toray excelent 0.34 100% flúor
Amostras: várias 

domingo, 6 de setembro de 2020

ainda não foi desta que quebrei o enguiço - surfcasting

Uma jornada diurna, já previamente combinada e com bastante antecedência com a rapaziada pescadora do trabalho, em que no dia anterior todos tinham uma desculpa para não comparecer, á excepção do Luis R., que não desistiu de ir até porque tinha encomendado o isco. 
Ainda não eram 8h e já estávamos a caminho, na calma, até porque a loja do isco só abria às 9h. Chegámos bem a tempo e horas, e acabei por aproveitar para juntar umas titas ao menu de sardinha e ganso nacional. O Luis optou por lingueirão, caranguejo, titas e americana. Seria uma jornada dedicada essencialmente às tão almejadas douradas, e no meu caso também dar algum tempo á busca de umas rainhas para o forno. 

Ambos os pesqueiros que tínhamos em mente estavam disponíveis, e assim ficámos junto ao naval onde podemos ter os carros junto a nós, e é igualmente possível de dar algum entretenimento. 

Maré a vazar, quase no seu auge. Uma cana dedicada às douradas, com iscadas alternadas de ganso e tita, outra com lombos de sardinha. Actividade pouca ou nula, com quase imperceptíveis toques de ponteira que revelavam a presença de pequenos alcorrazes no pesqueiro. E até esses deixaram de dar sinal com o chegar da baixa-mar. O Luis ainda teve 2 porradas valentes numa iscada de tita mas sem conseguir ferrar...

Iscada atrás de iscada, tudo era devorado em minutos sem que as ponteiras dessem qualquer sinal. Somente as titas iam e vinham sem sinal de qualquer interesse.

o que sobrou de uma sardinha inteira, sem cabeça e rabo, iscada e atada com fio elástico, após 10 minutos dentro de água. A cana nem vibrou!!!

Já com quase 1h de enchente optamos por arrumar material e rumar uns kms para baixo e tentar fugir aquele cenário desastroso. Seguimos para a mitrena, com quase todos os locais ocupados até ver um canto nas praia junto á sapec, onde sabemos haver um fundão grande. Era ali que íamos depositar a réstia de esperança de salvar uma jornada difícil. 

Aqui opto por montar apenas uma cana e avaliar o desfecho. Se justificar monto a segunda. Aposto em generosas iscadas de ganso, que assim que cai na água dá logo sinal! A cana verga toda e retoma a sua posição. Não ferrou!!! 
Nova iscada igualmente generosa
vários gansos cravados logo abaixo da cabeça, e unidos com um pouco de fio elástico para segurar no lançamento.

Toques nem vê-los, e 5 minutos depois resolvo verificar a iscada (algo que faço habitualmente, para ver se efectivamente a cana está a pescar ou só de molho). O resultado...
Tal como no pesqueiro anterior, a murraça miúda e possivelmente caranguejos e outros habitantes dos fundos (pulga, burrie, etc) faziam das suas e nem davam tempo de o isco fazer o seu trabalho de atrair peixe. Nem o lingueirão escapava a tal voracidade. Curiosamente, também aqui, somente a tita não era alvo de qualquer interesse.

Pelo meio tive o alerta de um pequeno descuido que teria tido consequências se não fosse o uso de dedeira. Num raro momento que me esqueci de fechar o drag para lançar, o multi "resvalou" no lançamento e este foi o resultado
uma dedeira praticamente nova que safou um belo corte no dedo. Um descuido que podia ter saído caro...

Com cerca de 2h/2h30 de enchente levanto ferro e tomo o caminho de volta para casa, com o sabor amargo de mais uma grade, sendo esta composta não (talvez) por não dar com o peixe, mas porque as iscadas não tinham qualquer hipótese e tempo de se mostrarem perante este.
Melhores dias virão...

Canas: Vega Yakuza 4.20 híbrida 
              Katx inspiria 4.20 híbrida
Carretos: Shimano ultegra 3500 xsd competicion com trabuco XPS longcast fluo 0.20, chicote 0.40 chinês
                 Daiwa emblem surf 35 QD type R com multi sufix 132 0.18 
Estralhos: Toray 0.34
Anzóis: gamakatsu F314 nº 4 e 2/0
Isco: Sardinha congelada, ganso nacional, tita e lingueirão

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Mas quando é que isto acaba??? - Spinning

Mais um fim de semana, mais uma noite e mais uma grade amarga...
A semana foi de vento, chato, frio e com a promessa de que não seria fácil pescar na folga. Ainda assim o vicio e a vontade eram mais fortes, e com a companhia do Bernardo em querer iniciar-se na modalidade após uma estreia fantástica com um robalo de 2kgs nessa manhã, com material que lhe emprestaram, lá decidimos rumar ao pesqueiro apesar das previsões de vento e algum mar. 
Chegámos por volta das 23:30, última hora da enchente, vento fraco com rajadas ocasionais mais fortes mas nada de especial, a lua brilhava intensamente lá no alto num quarto crescente quase que cheia, mar bem mexido com uns espumeiros jeitosos mas baixos. Com areias novas e tudo espraiado não é de todo a minha preferência ali! Ainda ponderamos rumar a outro, mas já que ali estávamos íamos dedicar algum tempo para decidir o nosso destino. 
Primeiro lançamento e... Limo de novo >.< 
Sucede-se um e outro, e outro e o resultado sempre o mesmo. 

Se ali estava assim, as praias em redor também estavam de certeza. 

Vamos percorrer o areal e ir lançando e procurando se a partir de algum ponto está mais pescàvel. Mas não, limo igualmente perverso que a cada lançamento cobria toda a amostra e que fazia sentir somente o peso arrastado na recolha. Entre caminhada e lançamentos passaram-se 2h e com elas o desânimo, não de não dar com o peixe, mas de um desfecho que tem sido habitual nos últimos meses. O mar levantou e o vento também, e com eles a nossa vontade de ali permanecer.

Está na hora de rumar a outras paragens, e aguardar a chegada dos mares de inverno que limpem o limo, assim como o frio também "limpará" os areais de banhistas e o lixo que vão deixando espalhado.

Cana: Vega black mamba 3m 20-60grs
Carreto: Daiwa freams 5000 LT
Fio: Trabucco Dyna Tex 8x 0.20 c/chicote mono 0.40 chinês
Amostras: várias 

domingo, 16 de agosto de 2020

limo: esse "inimigo" que não dá tréguas - spinning

Com as previsões de vento e mar alinhadas para ser uma boa jornada em busca de robalos, tinha de me ir fazer a eles. O local escolhido foi a praia grande, Sintra. Baixa mar pelas 19h00, rumei para o local para fazer a enchente e aproveitar o pôr do sol, aquela hora que todos gostamos. 

Chego ao local por volta das 19h30, praia ainda com imensa gente, vento 0, ondulação pouco acima de 0.5 com um período de 8, identifico logo alguns espumeiros onde seriam boas apostas para colocar as amostras, mas além do elevado número de banhistas, assim como de surfistas, levou-me a ir dar uma vista de olhos á pequena logo ali ao lado. 
Menos gente, sem surfistas, e um cantinho livre do lado direito na zona de rocha que até fazia um fundão ao alcance dos lançamentos. Boa! 

Começo a sondar com uma westlab macua (se perder na pedra não custa muito) e logo ao primeiro lançamento limo 🤦‍♂️ 

 
Não era muito, no entanto não era bom sinal. Mais uns lançamentos naquele canto, enquanto aguardava que mais malta fosse deixando a praia para que pudesse lançar sem criar atritos com ninguém. Corria imenso para a direita, o que fazia com que a amostra viesse a trabalhar fora do fundão mas sempre contra a corrente, e troco para uma daiwa d minnow que sempre é um pouco mais pesada e trabalha significativamente melhor. O resultado...

Estava demais. Não fosse o trânsito que estava para se sair das praias e tinha arrumado a mala naquele preciso momento. Com a corrente lateral para a direita, e como estava junto às pedras vou percorrendo a praia para o lado oposto na esperança que fosse ficando um pouco mais limpo. Mas não. O limo estava em quantidade, por toda a praia... Ainda me ponho um bocado á conversa com 2 pescadores de surfcasting que já vinham da Adraga, onde diziam que o limo também estava presente e em maior quantidade, o que matou logo qualquer ideia de rumar a outro pesqueiro para fazer a noite... 

(a beleza de um pôr do sol numa pausa para limpeza do fio)

Fico por ali mais um bocado, a insistir entre o limo e a dar uns dedos de conversa entre pescadores. Não dá para pescar. Além do limo vermelho vem agarrado uma coisa gelatinosa que se agarra ao fio, principalmente nos nós do chicote que consome imenso tempo para retirar. 
Vale apreciar a paisagem e o bocado que saí para espairecer. O limo não tem dado tréguas e teima em ficar. Até quando?...

(na subida rumo ao carro, aprecio os últimos raios de sol no horizonte, derrotado e frustrado. Para a próxima será melhor... Esperemos)


Cana: Vega black mamba 3m 
Carreto: Daiwa freams 5000 LT
Fios: Trabucco Dyna Tex 8x 0.20 c/chicote kally kunnan quartz 0.30
Amostras: westlab macua "FHC" , Daiwa D minnow sardine F , black minnow 140 kaki c/cabeçote amarelo

domingo, 9 de agosto de 2020

Noites fantasma

Entre várias jornadas sem sucesso ao spinning, que não fui relatando por ficar sem o telemóvel, algumas com todas as condições a favor, novos pesqueiros nas praias de eleição, o peixe teima em não dar ar da sua graça. Recordo uma das últimas, em que até em conversa com um pescador habitual da zona, me conta que á algum tempo que não se avistam robalos ou douradas naquela área! Só os sargos têm marcado presença constante e muitas vezes a mariscar nas pedras quase aos nossos pés.
Bom, ontem foi noite de esticar linhas após 2 fins de semana sem poder ir, um pelo vento forte que se fez sentir durante vários dias, o outro por falta de tempo por mais difícil que pareça ser não ter um bocado da noite ou do dia nem que seja para abafar o vicio, mas foi...
Entre indecisões sobre que pesqueiro ir, já que o vento (não muito mas suficiente para dificultar a jornada) se fazia sentir, á conversa com o meu grande amigo Ricardo optamos por ir até Setúbal á procura de bons exemplares de rainhas/corvina americana. Pego na que tinha congelada, compro mais 1kg de fresca, vou ter com ele e lá vamos nós com boas expectativas que desta vez o chibo não vinha para casa...

Chegada ao pesqueiro por volta das 23h, última da vazante, lua de quarto quase a tornar a noite em dia, maré a correr com alguma força. Monto uma cana, anzol 2/0 e um lombo de sardinha inteiro lá para dentro, mesmo para chamar algum guloso de boca grande. Ao fim de 10m vejo a ponteira da cana a levar uma cabeçada que me fez saltar de imediato para a agarrar e fazer a ferragem. Não ficou! O que lá foi foi com pouca vontade. Recolho e refaço a escada já que esta estava toda traçada. Passei para meios lombos.

Durante todo o restante tempo os únicos sinais de actividade eram de malta ao longo do paredão a não pescar nem deixar pescar. Lançamentos atrapalhados, chumbadas de gota de 60grs com aquela corrente tornavam frequentes os enleios entre 2,3 e 4 canas...pqp... Toques mínimos e muito espaçados, era tudo o que iríamos sentir até ir embora. Um companheiro uns metros ao lado de nós tira um pequeno charroco que prontamente devolve á água, e num momento que se deu um enleio entre nós conta algo que para nós seria uma revelação: camarão Mantis naquelas águas!!! Tinha tirado um exemplar pouco antes de chegarmos.

O tempo passou, lombo atrás de lombo lá íamos servindo o menu aquilo que nem sinal dava nas canas. 3h da manhã é hora de voltar para casa e arranjar espaço no curral para mais um chibo. 

Valeu pelas horas de convívio e prazer que a pesca nos proporciona, mas cimentou de vez uma ideia que tenho á bastante tempo. Naquele local de dia é muito bom para tirar uns peixes, mas assim que o sol dá lugar á lua, transforma-se num local fantasma. 


Cana: Vega Yakuza 4.20 híbrida
Carreto: Daiwa emblem surf 35 type R com multi sufix 132 0.18
Anzóis gamakatsu f314 2/0
Estralho: mono 0.40 chinês
Isco: sardinha

quarta-feira, 27 de maio de 2020

pesca aos carapaus - artigo de opinião

Dias maiores, mais quentes, mares mais calmos, noites agradáveis que convidam mesmo a sair de casa. Eis que com o aproximar do verão chega também a "época" do carapau. Altura em que o número de pescadores lúdicos na nossa costa cresce quase ao ritmo da chegada de turistas ao país. Nestes meses começamos a ver aquele que não é o típico pescador, é aquele que pega nada canas quase só nesta altura de frenesim.

É uma pesca rápida, viciante, de pouca logística que proporciona belas jornadas nocturnas de ferragens rápidas, umas atrás das outras, e quase sempre com peixinho para o almoço. 

Espécie muito apreciada no nosso país, é vulgar fazer-se acompanhar de cardumes de cavalas e (as tão indesejadas por muitos) bogas. Com altura da bóia ao anzol muito reduzida é frequente também capturar peixe agulha. E que alegria que dá quando um destes nos ferra o anzol, com aqueles característicos saltos para fora de água, bastante combativos e de um sabor espectacular quando fritos. Mas a espécie que se vai abordar hoje é o carapau, e a ele vamos voltar. 

As duas sub-espécies mais comuns de capturar são o carapau manteiga ou branco e o negrão, sendo para mim, o primeiro de melhor sabor. Quando vejo aquele dorso com um tom suave dourado é uma festa. Não que o negrão não seja bom. Não, antes pelo contrário. Mas não me aguça tanto o paladar, não é tão saboroso. 
em cima: carapau manteiga ou branco; em baixo: carapau negrão

Por toda a nossa costa é possível encontrar um bom pesqueiro para o carapau, desde que cumpra aqueles "requisitos" para uma noitada dedicada a eles. Claro que há aqueles pesqueiros preferenciais, que toda a gente conhece e acabam por ter grandes ajuntamentos... Noites quentes, em que as águas também sofrem um muito ligeiro aumento da temperatura, águas calmas e pouco vento. Pessoalmente sou adepto das noites de lua para estas jornadas. 

Material: cana de 5m (ou 6 consoante o pesqueiro) de acção de ponta, bóias tipo caneta ou o mais hidrodinâmicas possível, leves (2 a 8grs e sempre o mais leve que o mar permita), fios finos (0.20 para baixo) e sem necessidade de estralhos em flúorcarbono. Anzóis nº6 ou 8 finos tipo agulha, preferencialmente prateados, nos quais se pode juntar uma missanga fluorescente para ajudar na atracção. 

exemplo de tipo de bóia que gosto de usar

Iscos: pequenos beliscos de sardinha ou cavala, camarão (raramente uso por achar um gasto desnecessário), peito de frango cru. 
Adicionalmente pode-se engodar o pesqueiro com alguma frequência, devendo o engodo ser á base de sardinha moída e bastante diluído afim de os fazer abeirar, e tentar reduzir que traga aquelas espécies menos nobres que muitos pescadores não gostam/pretendem capturar: bogas, cavalas e tainhas. 

A montagem é simples. Bóia de correr ou fixa, com um Starlight no lugar do fixador, fio 0.14/0.16/0.18 no estralho (caso não esteja a pescar directo por ter um fio muito grosso como madre), 1 anzol que pode levar uma missanga fluorescente ou não. 

Em alternativa, pode-se substituir o estralho de anzol único por um sakibi (montagem de 6 anzóis específica de pesca ao carapau, muito usada em embarcada com acessórios brilhantes dispensando o isco) de 2 ou 3 anzóis respeitando o limite da lei. Pessoalmente não sou fã desta montagem! Já em embarcada é muito fácil aquilo formar um emaranhado de linhas e peixe, que após retirado é lixo e tem de se montar um novo. Torna-se dispendioso, pouco prático, e tempo perdido de pesca efectiva. São opções. 
Pode-se também usar mini casting jigs de 5, 8 ou 10grs e corricar com eles. É uma técnica muito engraçada e que dá em capturas de outras espécies, tal como cavalas, tainhas, peixe agulha e até pequenos robalos. 

um dos muitos modelos de Sabiki que existem no mercado
mini casting jigs de 10grs, fantásticos

É uma das pescas que caracteriza a época de verão, que como tudo na vida, tem de bom e de mau. A par das boas noites de carapauzada para encher a barriga, vêm os pesqueiros á pinha, o lixo deixado nos locais e muitas vezes, as espécies indesejadas deixadas a apodrecer a céu aberto. Tudo isto junto cria um cheiro nauseabundo e de certa forma um perigo de saúde pública. Não é comum a todos, claro, e há pescadores menos respeitadores dos seus pares e da natureza o ano inteiro. Mas isto ganha contornos muito acentuados na época do carapau! Os pescadores que só pescam nesta época do ano, acabo de certa forma por comparar aos motoqueiros que só pegam na mota em dias de sol... Não têm aquele hábito, aquela comunhão e respeito para com o ambiente e tudo o que envolve aqueles momentos fugazes em que se abraça a prática, para compreenderem ou sequer pensarem nos efeitos que isso trará. Não sabem viver o momento senão quando tudo lhes é confortavelmente favorável! 
Vamos mudar esse comportamento. Desfrutemos do mar e de tudo o que ele nos oferece, dando em troca nada mais e mais simples do que simplesmente o respeitar.

Bons lances